quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aulas gratuitas da Penn State University

Buenas noches pessoal,

Descobri hoje uma coisinha muito bacana: são as aulas de mestrado em GIS da Penn State University nos Estados Unidos. As aulas são gratuitas para qualquer um ler e ver os documentos relacionados com as aulas. Geralmente ekas são direcionadas a parte conceitual do geoprocessamento e geotecnologias em geral.

Existem muitas matérias interessantes e pra quem consegue ler em inglês pode ser uma mão na roda. As aulas são disponibilizadas através de um site chamado Open Educationl Resources.

Estes links que estou passando, se referem somente ao departamento de EMS (Earth and Mineral Sciences). Devem existir com certeza outros departamentos que disponibilizem estas aulinhas excelentes.

Aqui vão alguns exemplos de aulas que o departamento de Geografia deixou na WEB:

Department of Geography

Só não dá pra fazer os exercícios. Pra isso você tem que ser aluno da Penn State. Mas enfim, fica aí a dica.

Enjoy people!

George Silva

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Suporte a VBA descontinuado na versão 9.4

Finalmente a ESRI anunciou o que todo mundo já sabia:

Não iremos ter mais o tão adorado editor VBA na edição 9.4 do ArcGIS/ArcEngine.

O motivo? A própria Microsoft descontinuou o suporte ao VBA em 2008.

A solução agora é migrar todo o código em VB6/VBA para .NET o quanto antes.

A notícia na integra na página do ArcGIS Developer Blog: http://blogs.esri.com/Dev/blogs/arcobjectsdevelopment/archive/2009/03/30/VBA-and-VB6_3A00_-The-Road-Ahead.aspx

Dica: ArcUser

Olá pessoal mais uma vez,

Não sei se vocês conhecem, mas aí vai uma dica interessante:
A ESRI publica quatro vezes por ano uma revista chamada ArcUser, distribuída gratuitamente na internet e para clientes.

É uma revista muito bem editorada, com foco ESRI claro, mas contém dicas interessantes e artigos muito bem escritos.

Deêm uma olhada no artigo desta edição chamado "Speak the Same Language: Making a compelling case for GIS to business executives" - basicamente em português: "Falando a mesma língua: Construindo uma proposta comercial de GIS para executivos de negócios".

O artigo, na verdade uma entrevista com Keith Wishart, um consultor de negócios da ESRI UK descreve de forma interessante os passos para a construção da tal proposta comercial. Ele lista as maiores dificuldades e o que fazer para se dar bem.
A maior dificuldade listada por ele é o grande desconhecimento de executivos seniores da tecnologia GIS. Outro forte da entrevista é a lista de benefícios não-materiais que a implantação de um GIS traz para uma organização.


Fonte: ArcUser Spring 2009 (Speak the Same Language: Making a compelling case for GIS to business executives)

A dica está dada. Além de artigos como este a ArcUser apresenta diversos tutoriais sobre o software ESRI e mostra diversos passo-a-passos.

Aproveitem a leitura.
George Silva

domingo, 5 de abril de 2009

Ecological Footprint e Geoprocessamento? Podemos salvar o planeta?

Taaarde pessoar!

Estava de bobeira em uma "comunidade" do LinkedIn quando um rapaz lá perguntou sobre como o Geoprocessamento pode auxiliar empresas e órgãos públicos à diminuir sua Pegada Ecológica.

Bem, o Geoprocessamento pode ajudar e muito. Existe uma organização chamada Footprint Network que estabelece os métodos e técnicas para se calcular diversos indíces indicando a qualidade dos espaços naturais e urbanos. Fiz uma pequeno resumo em cima da metodologia apresentada e lhes apresento-o aqui. Claro, o texto completo é muito melhor e interessante, então aqui fica só um gostinho para vocês acessarem o site da Footprint Network e pensar em como podemos integrar estes cálculos ao geoprocessamento.

"O conceito de pegada ecológica (ecological footprint) é uma ferramenta para medir quanto espaço bioprodutivo está disponível no planeta, e quanto é apropriado para auso humano. A medida é usada em terra quanto no mar.

É uma medida expressada em hectares globais, e é resultado da normalização da produtividade média mundial. É uma medida usada em diversas escalas, tanto globalmente quanto em escalas nacionais e regionais. Uma medida de pegada ecológica de um país representa a capacidade biológica necessária para produzir bens e serviços consumidos pelos residentes daquele país e bem como a capacidade daquele local de processar e depurar os resíduos.

Estes dados se derivam de diversas agências internacionais de renome, como a Food and Agriculture Organization (FAO), International Energy Agency (IEA), Un Statitistics Division, entre outros;

Biocapacidade

Biocapacidade ou capacidade biológica é a capacidade de ecossistemas de produzirem materiais biológicos úteis para o ser humano, e absorver os resíduos gerados pelos seres humanos.

Os materiais biológicos úteis são definidos a cada ano, já que mudanças na utilidade de um ou outro material podem variar, como é o caso do milho e da cana-de-açúcar usados na produção de etanol.

Área biológica produtiva

É toda área de terra e água que suporta atividades fotossintéticas significantes e acúmulo de biomassa que pode ser usado pelos seres humanos. Regiões áridas, mar aberto e outras áreas de baixa produtividade não são inclusas.

Em 2003 a biosfera terrestre tinha aproximadamente 11,2 bilhões de ha correspondendo à um quarto do planeta.

Após contadas, as áreas produtivas são divididas pelo número de habitantes do planeta (6.3 bilhões em 2003). Esta medida é a média de terra produtiva disponível para cada habitante do planeta.

Este processo de medir a pegada ecológica biocapacidade de uma cidade, nação ou região é referido como contabilidade da pegada ecológica. Em 2003, a pegada ecológica global excedeu a biocapacidade do planeta em 25%.

Em suma, a pegada ecológica é o custo de cada ser humano, e a biocapacidade, a capacidade do planeta de nos sustentar.

Fundamentos da contabilidade da Pegada Ecológica

Existem seis fundamentos no momento de se calcular a pegada ecológica de um lugar.

1. A maioria dos recursos consumidos e resíduos produzidos pode ser rastreada.

2. A melhor maneira de se medir a pegada ecológica é em termos de quanto de área necessitamos para manter o nível de consumo e produção de resíduos. Recursos e resíduos que não podem ser medidos ou estimados são excluídos do estudo, levando a uma subestimação sistêmica da Pegada Ecológica no mundo. A verdadeira medida é maior.

3. Pesando cada tipo de uso em área ,à sua bioprodutividade, diferentes tipos de áreas podem ser convertidos em hectares globais, medida comum – afim de se realizar comparações.

4. Um hectare global representa um único uso e todos os hectares globais em um único ano representam a mesma quantidade de bioprodutividade, eles podem ser somados para se obter um indicador de Pegada Ecológica.

5. A demanda humana, expressada como Pegada Ecológica pode ser diretamente relacionado a capacidade da natureza – biocapacidade, quando os dois são expressos em hectares globais.

6. A demanda pode exceder a área disponível.

Atividades atualmente excluídas do cálculo da Pegada Ecológica

Por ser um índice histórico, algumas atividades possivelmente perigosas são excluídas do calculo, por não poderem ser medidas, e outras por não afetar o planeta de maneira imediata.

Exemplos são: materiais que não são absorvidos pela natureza, como plutônio, PCBs, dioxinas, e processos que danificam a capacidade produtiva futura, como desertificação de áreas, erosão do solo, perda de biodiversidade, etc.

O uso da água também não é incluso no cálculo, já que o próprio uso de água representa um limite a bioprodutividade de um ecossistema.

As atividades de turismo são contabilizadas no país de destino, não no país de origem do turista, e a geração de energia internacionalmente (como Itaipu) são contabilizados no país de origem do reator. Esta decisão metodológica muda a Pegada Ecológica de alguns países, mas não afeta o calculo global.

Outro fato que ainda não é contabilizado é o Efeito Estufa, já que este é de difícil mensuração e ainda se mostra como uma teoria cientifica incompleta.

Metodologia

A metodologia atual do calculo da Pegada Ecológica está passando por mudanças e é “governada” por um órgão internacional chamado Ecological Footprint Network, que desenvolve os padrões necessários para aferição deste calculo. A metodologia usada é a de Monfreda et al.(2004).

Mais de 200 categorias de recursos são incluídas no calculo, incluindo agricultura, fibras, pesca, madeira e combustível.

Demanda e resíduos são transformados em hectares globais dividindo a quantidade total de um recurso consumida pela media global em área que produz aquele recurso. Este valor é depois multiplicado por um valor de equivalência para expressar a demanda global de cada recurso individual.

Produtos manufaturados ou derivados de matérias primas são convertidos em produtos primários para a realização do cálculo. O equivalente em produtos primários é convertido então em hectares globais.

Principais Tipos de Uso do Solo

Para realização do cálculo da Pegada Ecológica, agrupa-se diversos usos da terra em alguns grupos principais.
• Agricultura (Cropland)
• Pecuária e Criação de Animais (Grazing Land)
• Territórios de Pesca (Fishing Grounds)
• Áreas de Floresta (Forest Area)
• Áreas Urbanizadas (Built-up Land)
• “Carbon Land”
• Energia utilizada durante a vida de um produto

Calculando um Hectare Global

Usa-se um fator de equivalência para cada tipo de uso do solo. Por exemplo, em 2003 um hectare de agricultura tinha um fator de equivalência de 2.21, indicando que este hectare é duas vezes mais produtivo que a média global de outros usos.
Estes fatores de equivalência mudam de país para país, ou seja, um hectare de pasto no Brasil é mais produtivo que um hectare de pasto na África do Sul ou no Afeganistão.

Débito Ecológico

Um déficit ecológico representa em quantas vezes uma população excede a capacidade da natureza de prover o necessário em seu território. Certas nações podem exceder várias vezes a capacidade da natureza de sustentar sua população, mas a importação e exportação de diversos bens muda isto.

Populações mundiais que não estão em déficit, são consideradas com uma reserva ecológica, mas que podem ser compensadas por outras nações e níveis altos de consumo.
O debito ecológico final é a soma de todos os déficits acumulados durante um período de tempo. É expressado como o número de “planeta-anos” de déficit. Um planeta-ano representa toda a produtividade de materiais biológicos úteis pela Terra em um ano.

O atual estado do planeta é preocupante. A humanidade constantemente vem superando a capacidade da natureza em se regenerar e fornecer suprimentos.
Hoje podemos ajudar o planeta de duas maneiras: aumentar a bioprodutividade de certas áreas, através da tecnologia; ou diminuir o consumo.
Especialistas acreditam que somente aumentar a bioprodutividade de alguns ecossistemas seja irresponsável, já que mesmo um grande salto na produtividade não ajudará na auto-depuração da natureza."

George Silva

Texto original: The Footprint Network

Conceitos, Aprenda-os!

Acompanho diversas listas de discussão internet afora e vejo que diversas dúvidas frequentes são fruto de uma fraca (ou inexistente) base teórica de Geoprocessamento.

Todo mundo quer instalar um software e sair pilotando. Isto é errado. Desvaloriza o profissional de GIS/SIG e polui as listas de discussão com dúvidas que poderiam ser simplesmente resolvida se a base téorica estivesse presente no cérebro do indivíduo.

Faço esta postagem um apelo! Leiam os conceitos! Saiba cartografia, geodésia e os conceitos de geoprocessamento! Aprender o software é fácil. O difícil é saber o que fazer com o ele, e novamente, por isso os conceitos são importantes.

Em nosso blog publicarei (tentarei fazer disto algo semanal ou até mais frequente) uma reflexão sobre os principais conceitos de GIS/SIG, começando hoje.

Este pequeno texto foi feito para postagem no site Geo.NET com o título Conceitual 101.

"Olá pessoal,

Vou tentar explicar alguns conceitor básicos por trás do geoprocessamento, e clarear as idéias do pessoal, especialmente de quem está começando a trabalhar com esta ferramenta poderosa!

Este mini-artigo tem um foco conceitual, e você não irá encontrar procedimentos de software aqui.

Em primeiro lugar, geoprocessamento é uma ferramenta utilizada em diversas ciências para resolver problemas de ordem espacial. Quando dizemos espacial ou espaciais, estamos nos referindo a dados de natureza geográfica, podem ser localizados em um plano ou globo de maneira precisa.

Outra idéia importante do geoprocessamento é a sua capacidade de sobrepor informações em um plano. Esta habilidade é de extrema importância e constitui o motor da análise espacial como conhecemos hoje.

A ferramenta do geoprocessamento é constituída por 4 grandes áreas, à saber: Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto, Banco de Dados e Análise Espacial. Através destes quatro ramos podemos desenvolver metodologias para solucionar problemas de ordem espacial, como “Onde se concentram meus clientes?”, “Qual estado mais desmata no Brasil?”, “Qual estado tem maior cobertura vegetal de floresta amazônica?”, “Qual é a distância média de meus consumidores em relação ao centro distribuidor?”, “Qual melhor local para instalar uma antena de celular?”, entre diversas outras.

Vamos dar uma pincelada em cada uma das grandes áreas:

Cartografia Digital

Nesta área do Geoprocessamento se encontra a capacidade de desenhar e construir mapas através do computador, utilizando-se pontos, linhas, polígonos, anotações, um sistema de referência, datum, combinando diversas informações, como estradas, hidrografia, localidades, perímetro urbano, cobertura vegetal e uso do solo, entre outras, dependendo da finalidade do mapa.

A cartografia digital é um sistema derivado dos CADs, que evoluiu e possibilitou aos cartógrafos e engenheiros a representar uma determinada área do globo de maneira mais próxima do real. Sua evolução de forma combinada com outras ferramentas nos traz aos SIGs (Sistemas de Informação geográfica) de hoje.

Sensoriamento Remoto

O sensoriamento remoto é uma ciência que se dedica ao estudo de alvos de forma...remota, sem contato direto com o objeto de estudo. É uma ciência bastante ampla, e utiliza diversos instrumentos para estudar as diversas características dos objetos alvo, como câmeras fotogramétricas, radares e uma variedade de sensores, cada qual com uma tarefa especifica.

A junção do Sensoriamento Remoto com a Cartografia Digital nos permite desenvolver mapas precisos e de forma ágil, pois elimina-se alguns processos de campo (note que não se deve eliminar trabalhos de campo na elaboração de nenhum mapa, o sensoriamente remoto apenas reduz esta necessidade, tornando o trabalho mais ágil – o campo, além disso, serve como confirmação para as informações dadas pelo sensor remoto e para metodologias de detecção automática).

Banco de Dados

Vamos analisar um desenho CAD. Ele é composto por pontos, linhas, polígonos, textos, etc. O desenho-objeto (ponto, linha ou polígono) não contém informações relacionadas à nenhum dos objetos reais representados naquele mapa. Quando é necessário mudar o mapa o que temos de fazer ? Redesenhá-lo. Exemplo: Um mapa de estradas, contendo estradas de terra, estradas pavimentadas pista simples e estradas pavimentadas pista dupla.

Se o estado duplicar uma das estradas, é necessário redesenhar aquela linha correspondente a estrada duplicada, como estrada duplicada. Com a adição de Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD) à Cartografia Digital foi possível guardar diversas informações sobre os objetos ali representados de forma automatizada.

Olhemos no caso descrito anteriormente: ao invés de desenharmos novamente a linha, precisaríamos apenas alterar o atributo da estrada correspondente para “Pavimentada de Duas Pistas” e o sistema entenderia que esta estrada precisa ser desenhada de maneira diferente. Os SGBD nos permitem a pesquisar as feições e guardar diversas informações alfanuméricas sobre nossos objetos, facilitando a construção de mapas e administração de dados espaciais. Um exemplo seria um banco de dados de estradas (shapefile, ou qualquer outro arquivo amplamente suportado por grandes fabricantes de software)

GID | SIGLA | EXTENSAO | NO_PISTAS | NO_FAIXAS | ESTADO_CONSERVACAO
1 BR-101 3000 2 2 BOM


Podemos estruturar o sistema para ele atender nossas necessidades, contendo uma miríade de informações que nos ajudam durante a execução cartográfica de um trabalho, como nos permite trabalhar em sistemas complexos, localizar feições específicas (BR-101 ou a BR-153, por exemplo) e garantir a integridade dos dados espaciais (falaremos em outro tutorial sobre integridade de dados, pois este assunto já foge do escopo inicial do presente artigo)

Análise Espacial

Análise Espacial é o motor por trás do Geoprocessamento. É através dela que conseguimos prever e auxiliar na administração de empreendimentos (quando a palavra empreendimentos aparecer no texto estou me referindo a empresas privadas, públicas, órgãos governamentais, enfim, tudo que possa utilizar geoprocessamento com finalidades especificas).

Com a análise espacial, podemos aplicar pesos e trabalhar com superfícies de viabilidade, à fim de descobrir quais são as melhores alternativas para um problema, exemplo: onde instalar o próximo lixão da cidade? Sabemos que ele deve ter tamanho x, para funcionar por pelo menos 15 anos, deve ter uma forma de acesso fácil, não deve ficar à montante da cidade, deve ficar à pelo menos 1000m de qualquer curso d’água, e o solo não deve ser arenoso.

No caso de nosso exemplo, combinando os temas de estradas, hidrografia, perímetro urbano e tipos de solo da região, podemos “somar” (estou usando termo somar, mas qualquer operação é possível) os pontos fracos e fortes de cada tema e descobrir o lugar ótimo para a instalação do lixão. Este também não é o único tipo de análise espacial disponível, sendo possível utilizar outras metodologias para a realização de um trabalho.

Bem, aqui listamos as principais ferramentas e ciências que o geoprocessamento pode utilizar para atingir seus resultados. Em próximo artigo (prometo para próximo domingo) listaremos os tipos de arquivos e falaremos um pouco de sistemas de projeção e datums, assunto que muito confunde nossos leitores! Espero que gostem do artigo, e dêem suas opiniões!"

É isto aí pessoal, na próxima postagem vou escrever um pouco sobre formatos e feições, raster e vetores. Deem suas opiniões e palpitis sobre este textículo!

George Silva